sábado, 28 de agosto de 2010

oxigênio

estive ausente,
doente, silente
impertinente
e fugaz

o pulso amarrado
o dia trocado
a mão congelada
a voz abafada
eu quase morri

sem ver teu sorriso
sentir tua boca
ter o teu rosto
colado no meu

quase parti
pensando que o fim
havia chegado
e fechado minha conexão

mas não

voltei para o oxigênio
e toda célula viva
que há
entre o medo e o coração
canto que rompe
o silêncio
brilho no escuro

para sempre levo
a dor de perder
e a febre que ganha

acredito na voz
que move o redemoinho
e dobra os galhos ao vento

ela traz um sopro
de vida
receita contra o quebranto