domingo, 30 de outubro de 2011

Anjos do frio

Pedras antigas
e pés que caminham
sobre o gelo
saltos e sapatos
pisando meus trapos
jogados à rua
onde se fala uma língua estranha
não conheço a história
mas eu procuro estar
onde ela está
ou esteve
não conheço o amor
não sei onde ele se esconde
as pedras me falam de perto
o que aconteceu
ou o que virá
o céu insiste em derramar
suas chuvas de lágrimas
angelicais
mas eu não conheço os anjos
nunca vi algum
apenas procuro estar
onde eles estão
onde eu penso
que eles estariam
ou acredito que estarão
sou como aquele rio
que congela no frio
e sabe ser praia
no verão

Um comentário:

  1. Lembrei-me do rio Dnipro. quando viajava de férias para o Brasil, em Kiev, rigoroso inverno, quando atravessava a ponte, pensei: como esse rio pode congelar, e no verão virar praia, pescaria e descanso para muitas pessoas.

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